Santíssima Trindade |
A Santíssima Trindade é um
mistério de um só Deus em três Pessoas: Pai, Filho e Espírito Santo.
Pai que é Deus,
que é Amor: somente o Pai que ama respeita a liberdade de seu filho. Filho
que é Jesus Cristo: é o Deus visível que se fez homem, nascendo da Virgem Maria
para cumprir a vontade de Deus de libertar os homens do pecado. Jesus é Deus e
as principais provas são:
a) O próprio Jesus diz-se Deus
(Jo 10, 30 / 14, 7 e Lc 22, 67-70) .
b) Os milagres eram feitos pelo
próprio Jesus, e não por meio de Jesus.
Espírito Santo que é o Amor do Pai e do Filho que nos é comunicado e transmitido. Segundo o CREDO, Jesus foi concebido pelo Poder do Espírito Santo, nascido da Virgem Maria. Maria foi então convidada a conceber Jesus e a concepção de Jesus foi obra do poder do Divino Espírito Santo: "O Espírito virá sobre Ti..." A missão do Espírito Santo está sempre conjugada e ordenada à do Filho, ou seja, toda a vida de Jesus manifesta a vontade do Pai que por sua vez é manifestada pelo Espírito Santo.
Um fato dos Evangelhos é que os Apóstolos estavam com muito medo após a morte de Jesus. Foi à descida do Espírito Santo sobre eles que os transformou radicalmente e deu coragem para que saíssem anunciando o Evangelho. O mesmo Espírito Santo que deu forças aos apóstolos e mártires é recebido no sacramento da Crisma, e aí está a importância deste sacramento no fortalecimento da Fé e na profissão do Cristianismo de cada um.
Espírito Santo que é o Amor do Pai e do Filho que nos é comunicado e transmitido. Segundo o CREDO, Jesus foi concebido pelo Poder do Espírito Santo, nascido da Virgem Maria. Maria foi então convidada a conceber Jesus e a concepção de Jesus foi obra do poder do Divino Espírito Santo: "O Espírito virá sobre Ti..." A missão do Espírito Santo está sempre conjugada e ordenada à do Filho, ou seja, toda a vida de Jesus manifesta a vontade do Pai que por sua vez é manifestada pelo Espírito Santo.
Um fato dos Evangelhos é que os Apóstolos estavam com muito medo após a morte de Jesus. Foi à descida do Espírito Santo sobre eles que os transformou radicalmente e deu coragem para que saíssem anunciando o Evangelho. O mesmo Espírito Santo que deu forças aos apóstolos e mártires é recebido no sacramento da Crisma, e aí está a importância deste sacramento no fortalecimento da Fé e na profissão do Cristianismo de cada um.
O Dogma da
Santíssima Trindade
A Trindade é Una; não professamos três deuses, mas um só Deus em três Pessoas. Cada uma das três Pessoas é a substância, a essência ou a natureza divina, As pessoas divinas são distintas entre si pela sua relação de origem: o Pai gera; o Filho é gerado; o Espírito Santo é quem procede. Ou seja, ao Pai atribui-se a criação ao Filho atribui-se a Redenção e ao Espírito Santo atribui-se a Santificação. Resumindo, o mistério da Santíssima Trindade é o mistério central da fé e da vida cristã. Só Deus pode nos dar a conhecer, revelando-se como Pai, Filho e Espírito Santo. Pela graça do Batismo "Em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo" somos chamados a compartilhar da vida da Santíssima Trindade, aqui na Terra na obscuridade de nossa fé e para além da morte, na luz eterna. Pela Confirmação ou Crisma, como o próprio nome diz, somos chamados a confirmar essa fé ora recebida para que, além de vivermos segundo a Palavra de Deus, darmos testemunho dela e levá-la por toda à parte.
A
Santíssima Trindade - O que diz o Catecismo Católico
|
O PAI
I "Em nome do Pai e
do Filho e do Espírito Santo"
232 Os cristãos são batizados
"em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo" (Mt 28,19). Antes
disso eles respondem "Creio" à tríplice pergunta que os manda
confessar sua fé no Pai, no Filho e no Espírito: "Fides omnium christianorum
in Trinitate consistit" ("A fé de todos os cristãos consiste na
Trindade") (S. Cesáreo de Arlés, symb.).
233 Os cristãos são batizados "em nome" do Pai e do Filho e do Espírito Santo e não "nos nomes" destes três (cf. Profissão de fé do Papa Vigilio em 552: DS 415), pois só existe um Deus, o Pai todo-poderoso, seu Filho único e o Espírito Santo: a Santíssima Trindade.
234 O misterio da Santíssima Trindade é o mistério central da fé e da vida cristã. É o mistério de Deus em si mesmo, é, portanto, a fonte de todos os outros mistérios da fé, é a luz que os ilumina. É o ensinamento mais fundamental e essencial na "hierarquia das verdade de fé" (DCG 43). "Toda a história da salvação não é senão a história da via e dos meios pelos quais Deus verdadeiro e único, Pai, Filho e Espírito Santo, se revela, reconcilia, consigo e une a si os homens que se afastam do pecado" (DCG 47).
235 Neste parágrafo se exporá brevemente de que modo é revelado o mistério da Santíssima Trindade (I), de que maneira a Igreja formulou a doutrina da fé sobre este mistério (II), e, finalmente, de que modo, através das missões divinas do Filho e do Espírito Santo, Deus Pai realiza seu "desígnio benevolente” de criação, de redenção, e de santificação (III).
233 Os cristãos são batizados "em nome" do Pai e do Filho e do Espírito Santo e não "nos nomes" destes três (cf. Profissão de fé do Papa Vigilio em 552: DS 415), pois só existe um Deus, o Pai todo-poderoso, seu Filho único e o Espírito Santo: a Santíssima Trindade.
234 O misterio da Santíssima Trindade é o mistério central da fé e da vida cristã. É o mistério de Deus em si mesmo, é, portanto, a fonte de todos os outros mistérios da fé, é a luz que os ilumina. É o ensinamento mais fundamental e essencial na "hierarquia das verdade de fé" (DCG 43). "Toda a história da salvação não é senão a história da via e dos meios pelos quais Deus verdadeiro e único, Pai, Filho e Espírito Santo, se revela, reconcilia, consigo e une a si os homens que se afastam do pecado" (DCG 47).
235 Neste parágrafo se exporá brevemente de que modo é revelado o mistério da Santíssima Trindade (I), de que maneira a Igreja formulou a doutrina da fé sobre este mistério (II), e, finalmente, de que modo, através das missões divinas do Filho e do Espírito Santo, Deus Pai realiza seu "desígnio benevolente” de criação, de redenção, e de santificação (III).
236 Os Padres da Igreja distinguem
entre a "Theologia" e a "Oikonomia", designando com o
primeiro termo o mistério da vida íntima do Deus-Trindade, com o segundo todas
as obras de Deus através das quais ele se revela e comunica sua vida. É através
da "Oikonomia" que nos é revelada a "Theologia"; mas,
inversamente, é a "Theologia", que ilumina toda a
"Oikonomia". As obras de Deus revelam quem ele é em si mesmo; e
inversamente, o mistério do seu Ser íntimo ilumina a compreensão de todas as
suas obras. Acontece o mesmo, analogicamente, entre as pessoas humanas. A
pessoa mostra-se no seu agir, e quanto melhor conhecemos uma pessoa, tanto
melhor compreendemos o seu agir.
237 A Trindade é um mistério de
fé no sentido estrito, um dos “mistérios escondidos em Deus, que não podem ser
conhecidos se não forem revelados do alto" (Cc. Vaticano I: DS 3015. Deus,
certamente, deixou marcas de seu ser trinitário em sua obra de Criação e em sua
Revelação ao longo do Antigo Testamento. Mas a intimidade de seu Ser como
Trindade Santa constitui um mistério inacessível à pura a razão e até mesmo à
fé de Israel antes da Encarnação do Filho de Deus e da missão do Espírito
Santo.
II A revelação de Deus como Trindade
II A revelação de Deus como Trindade
O Pai revelado pelo
Filho
238 A invocação de Deus como
"Pai" é conhecida em muitas religiões. A divindade é muitas vezes
considerada como "pai dos deuses e dos homens". Em Israel, Deus é
chamado de Pai enquanto Criador do mundo (Cf. Dt 32,6; Ml 2,10). Deus é Pai,
mais ainda, em razão da Aliança e do dom da Lei a Israel, seu "filho primogênito"
(Ex 4,22). É também chamado de Pai do rei de Israel (cf. 2 S 7,14). Muito
particularmente ele é "o Pai dos pobres", do órfão e da viúva, que
estão sob sua proteção de amor (cf. Sal 68,6).
239 o designar a Deus com o nome de “Pai", a linguagem da fé indica principalmente dois aspectos: que Deus é origem primeira de tudo e autoridade transcendente, e que ao mesmo tempo é bondade e solicitude de amor para todos os seus filhos. Esta ternura paterna de Deus pode também ser expressa pela imagem da maternidade (cf. Is 66,13; Sl 131,2) que indica mais a imanência de Deus, a intimidade entre Deus e a sua criatura. A linguagem da fé inspira-se assim na experiência humana dos pais (genitores), que são de certo modo os primeiros representantes de Deus para o homem. Mas esta experiência humana ensina também que os pais humanos são falíveis e que podem desfigurar o rosto da paternidade e da maternidade. Convém então lembrar que Deus transcende a distinção humana dos sexos. Ele não é nem homem nem mulher, é Deus. Transcende também à paternidade e à maternidade humanas (cf. Sl 27,10), embora seja a sua origem e a medida (cf. Ef 3,14; Is 49,15): Ninguém é pai como Deus o é.
240 Jesus revelou que Deus é "Pai" num sentido inaudito: não o é somente enquanto Criador, mas é eternamente Pai em relação a seu Filho único, que reciprocamente só é Filho em relação a seu pai “Ninguém conhece o Filho senão o Pai, e ninguém conhece o Pai senão o Filho, e aquele a quem o Filho o quiser revelar" (Mt 11,27).
241 É por isso que os apóstolos confessam Jesus como "o Verbo” que “ no início estava junto de Deus” e que “é Deus" (Jo 1,1), como "a imagem do Deus invisível" (Cl 1,15), como "o resplendor de sua glória e a expressão do seu ser" Hb 1,3).
242 Na esteira deles, seguindo a Tradição apostólica, a Igreja, no ano de 325, no primeiro Concílio Ecumênico de Nicéia, confessou que o Filho é "consubstancial" ao Pai, isto é, um só Deus com Ele. O segundo Concílio Ecumênico, reunido em Constantinopla em 381, conservou esta expressão na sua formulação do Credo de Nicéia e confessou "o Filho Único de Deus, gerado do Pai antes de todos os séculos, luz luz, Deus verdadeiro de Deus verdadeiro, gerado não criado, consubstancial ao Pai" (DS 150).
O Pai e o Filho revelados pelo Espírito
239 o designar a Deus com o nome de “Pai", a linguagem da fé indica principalmente dois aspectos: que Deus é origem primeira de tudo e autoridade transcendente, e que ao mesmo tempo é bondade e solicitude de amor para todos os seus filhos. Esta ternura paterna de Deus pode também ser expressa pela imagem da maternidade (cf. Is 66,13; Sl 131,2) que indica mais a imanência de Deus, a intimidade entre Deus e a sua criatura. A linguagem da fé inspira-se assim na experiência humana dos pais (genitores), que são de certo modo os primeiros representantes de Deus para o homem. Mas esta experiência humana ensina também que os pais humanos são falíveis e que podem desfigurar o rosto da paternidade e da maternidade. Convém então lembrar que Deus transcende a distinção humana dos sexos. Ele não é nem homem nem mulher, é Deus. Transcende também à paternidade e à maternidade humanas (cf. Sl 27,10), embora seja a sua origem e a medida (cf. Ef 3,14; Is 49,15): Ninguém é pai como Deus o é.
240 Jesus revelou que Deus é "Pai" num sentido inaudito: não o é somente enquanto Criador, mas é eternamente Pai em relação a seu Filho único, que reciprocamente só é Filho em relação a seu pai “Ninguém conhece o Filho senão o Pai, e ninguém conhece o Pai senão o Filho, e aquele a quem o Filho o quiser revelar" (Mt 11,27).
241 É por isso que os apóstolos confessam Jesus como "o Verbo” que “ no início estava junto de Deus” e que “é Deus" (Jo 1,1), como "a imagem do Deus invisível" (Cl 1,15), como "o resplendor de sua glória e a expressão do seu ser" Hb 1,3).
242 Na esteira deles, seguindo a Tradição apostólica, a Igreja, no ano de 325, no primeiro Concílio Ecumênico de Nicéia, confessou que o Filho é "consubstancial" ao Pai, isto é, um só Deus com Ele. O segundo Concílio Ecumênico, reunido em Constantinopla em 381, conservou esta expressão na sua formulação do Credo de Nicéia e confessou "o Filho Único de Deus, gerado do Pai antes de todos os séculos, luz luz, Deus verdadeiro de Deus verdadeiro, gerado não criado, consubstancial ao Pai" (DS 150).
O Pai e o Filho revelados pelo Espírito
243 Antes da sua Páscoa, Jesus
anuncia o envio de "outro Paráclito" (Defensor), o Espírito Santo. Em
ação desde a criação (cf. Gn 1,2), depois de ter outroral "falado pelos
profetas" (Credo de Nicéia-Constantinopla), ele estará agora junto dos
discípulos e neles (cf. Jo 14,17), a fim de ensiná-los (cf. Jo 14,16) e
conduzi-los “à verdade inteira” (Jo 16,13). O Espírito Santo é revelado assim
como uma outra pessoa divina em relação a Jesus e ao Pai.
244 A origem eterna do Espirito
revela-se na sua missão temporal. O Espírito Santo é enviado aos Apóstolos e à
Igreja tanto pelo Pai em nome do Filho, como pelo Filho em pessoa, depois que
este tiver voltado para junto do Pai (cf. Jo 14,26; 15,26; 16,14). O envio da
pessoa do Espírito após a gloficação de Jesus (cf. Jo 7,39), revela em plenitude
o mistério da Santíssima Trindade.
245 A fé apostólica no tocante
ao Espírito foi confessada pelo segundo concílio ecumênico em 381 em
Constantinopla: "Cremos no Espírito Santo, que é Senhor e que dá a vida,
que procede do Pai" (DS 150). Com isto a Igreja reconhece o Pai como
"a fonte e a origem de toda a divindade" (Cc. de Toledo VI, ano 638:
DS 490). Ma a origem eterna do Espírito Santo não deixa de estar vinculada à do
Filho: "O Espírito Santo, que é a Terceira Pessoa da Trindade, é Deus, uno
e igual ao Pai e ao Filho, da mesma substância e também da mesma natureza...
Contudo, não se diz que Ele é somente o Espírito do Pai, mas ao mesmo tempo o
espírito do Pai e do Filho" (Cc. de Toledo XI, ano 675: DS 527). O Credo
da Igreja, do Concílio de Constantinopla (ano 381) confessa: "Com o Pai e
o Filho ele recebe a mesma adoração e a mesma glória" (DS 150).
246 A tradição latina do Credo
confessa que o Espírito "procede do Pai e do Filho (Filioque)". O
Concílio de Florença, em 1438, explicita: "O Espírito Santo tem sua
essência e seu ser subsistente ao mesmo tempo do Pai e do Filho e procede
eternamente de Ambos como de um só Pincípio e por uma única expiração...E uma
vez que tudo o que é do Pai, o Pai mesmo o deu ao seu Filho Único ao gerá-lo,
excetuando o seu ser de Pai, esta própria processão do Espírito Santo a partir
do Filho, ele a tem eternamente de Seu Pai que o gerou eternamente" (DS
1300-1301).
247 A afirmação do filioque não
figurava no símbolo professado em 381 em Constantinopla. Mas com base em uma
antiga tradição latina e alexandrina, o Papa S. Leão o havia já confessado
dogmaticamente em 447 (cf. DS 284) antes que Roma conhecesse e recebesse, em
451, no concílio de Calcedônia, o símbolo de 381. O uso desta fórmula no Credo
foi admitido pouco a pouco na liturgia latina (entre os séculos VIII e XI).
Todavia, a introdução do Filioque no Símbolo de niceno-constantinopolitano pela
liturgia latina constitui, ainda hoje, um ponto de discórdia em relação às
igrejas ortodoxas.
248 A tradição oriental põe primeiramente em relevo o caráter de origem primeira do Pai em relação ao Espírito. Ao confessar o Espírito como "procedente do Pai" (Jo 15,26), ela afirma que o Espírito procede do Pai pelo Filho (cf. AG 2). A tradição ocidental põe primeiramente em relevo a comunhão consubstancial entre o Pai e o Filho afirmando que o Espírito Procede do Pai e do Filho (Filioque). Ela o afirma "de forma legítima e racional" (Cc. de Florença, 1439: DS 1302), pois a a ordem eterna das pessoas divinas na sua comunhão consubstancial implica não só que o Pai seja a origem primeira do Espírito enquanto "princípio sem princípio" (DS 1331), mas também, enquanto Pai do Filho Único, que seja com ele "o único princípio do qual procede o Espírito Santo" (Cc. de Lyon II, 1274: DS 850). Esta legítima complementaridade, se não fo radicalizada, não afeta a identidade da fé na realidade do mesmo mistério confessado.
III A Santíssima Trindade na doutrina da fé
248 A tradição oriental põe primeiramente em relevo o caráter de origem primeira do Pai em relação ao Espírito. Ao confessar o Espírito como "procedente do Pai" (Jo 15,26), ela afirma que o Espírito procede do Pai pelo Filho (cf. AG 2). A tradição ocidental põe primeiramente em relevo a comunhão consubstancial entre o Pai e o Filho afirmando que o Espírito Procede do Pai e do Filho (Filioque). Ela o afirma "de forma legítima e racional" (Cc. de Florença, 1439: DS 1302), pois a a ordem eterna das pessoas divinas na sua comunhão consubstancial implica não só que o Pai seja a origem primeira do Espírito enquanto "princípio sem princípio" (DS 1331), mas também, enquanto Pai do Filho Único, que seja com ele "o único princípio do qual procede o Espírito Santo" (Cc. de Lyon II, 1274: DS 850). Esta legítima complementaridade, se não fo radicalizada, não afeta a identidade da fé na realidade do mesmo mistério confessado.
III A Santíssima Trindade na doutrina da fé
A formação do dogma
trinitário
249 A verdade revelada da
Santíssima Trindade esteve desde as origens na raiz da fé vida da Igreja,
principalmente através do Batismo. Ela encontra a sua expressão na regra da fé
batismal, formulada na pregação, na catequese e na oração da Igreja. Tais
formulações encontram-se já nos escritos apostólicos, como na seguinte
saudação, retomada na liturgia eucarística: "A graça do Senhor Jesus
Cristo, o amor de Deus e a comunhão do Espírito Santo estejam com todos
vós" (2 Co 13,13; cf. 1 Cor 12,4-6; Ef 4,4-6).
250 No decurso dos primeiros séculos, a Igreja procurou formular mais explicitamente a sua fé trinitária, tanto para aprofundar a sua própria compreensão da fé, quanto para defendê-la contra erros que a estavam deformando. Isso foi obra dos Concílios antigos, ajudados pelo trabalho teológico dos Padres da Igreja e apoiados pelo senso da fé do povo cristão.
250 No decurso dos primeiros séculos, a Igreja procurou formular mais explicitamente a sua fé trinitária, tanto para aprofundar a sua própria compreensão da fé, quanto para defendê-la contra erros que a estavam deformando. Isso foi obra dos Concílios antigos, ajudados pelo trabalho teológico dos Padres da Igreja e apoiados pelo senso da fé do povo cristão.
251 Para a formulação do dogma
da Trindade, a Igreja teve de desenvolver uma terminologia própria recorrendo a
noções de origem filosófica: "substância", "pessoa" ou
"hipóstase", "relação", etc. Ao fazer isto, não submeteu a
fé a uma sabedoria humana senão que imprimiu um sentido novo, inaudito, a esses
termos, chamados a significar a partir daí também um Mistério inefável, que
"supera infinitamente tudo o que nós podemos compreender dentro do limite
humano" (Paulo VI, SPF 2).
252 A Igreja utiliza o termo "substância" (traduzido também, às vezes, por "essência" ou por "natureza") para designar o ser divino em sua unidade; o termo "pessoa" ou "hipóstase" para designar o Padre, o Filho e o Espírito Santo na sua distinção real entre si, e o termo "relação" para designar o fato de a distinção entre eles residir na referência de uns aos outros.
252 A Igreja utiliza o termo "substância" (traduzido também, às vezes, por "essência" ou por "natureza") para designar o ser divino em sua unidade; o termo "pessoa" ou "hipóstase" para designar o Padre, o Filho e o Espírito Santo na sua distinção real entre si, e o termo "relação" para designar o fato de a distinção entre eles residir na referência de uns aos outros.
O dogma da Santíssima
Trindade
253 A Trindade é Una. Não
confessamos três deuses, mas um só Deus em três pessoas: "a Trindade
consubstancial" (Cc. Constantinopla II, ano 553: DS 421). As pessoas
divinas não se dividem entre si a única divindade, mas cada uma delas é Deus
por inteiro: "O Pai é aquilo que é o Filho, o Filho é aquilo que é o Pai,
o Espírito Santo é aquilo que são o Pai e o Filho, isto é, um só Deus quanto à
natureza” (Cc. de Toledo XI, ano 675: DS 530). "Cada uma das três pessoas
é esta realidade, isto é, a substância, a essência ou a natureza divina"
(Cc. de Latrão IV, ano 1215: DS 804).
254 As pessoas divinas são realmente distintas entre si. "Deus é único, mas não solitário" (Fides Damasi: DS 71). "Pai", "Filho”, Espírito Santo" não são simplesmente nomes que designam modalidades do ser divino, pois são realmente distintos entre si: "Aquele que é o Pai não é o Filho, e aquele que é o Filho não é o Pai, nem o Espírito Santo é aquele que é o Pai ou o Filho" (Cc. de Toledo XI, ano 675: DS 530). São distintos entre si pelas suas relações de origem: "É o Pai que gera, o Filho que é gerado, o Espírito Santo que procede" (Cc. Latrão IV, ano 1215: DS 804). A Unidade divina é Trina.
255 As pessoas divinas são relativas umas às outras. Por não dividir a unidade divina, a distinção real das pessoas entre si reside unicamente nas relações que as referem umas às outras; "Nos nomes relativos das pessoas, o Pai é referido ao Filho, o Filho ao Pai, o Espírito Santo aos dois; quando se fala destas três pessoas considerando as relações, crê-se todavia em uma só natureza ou substância" (Cc. de Toledo XI, ano 675: DS 528). Pois "todo é uno (neles) lá onde não se encontra a opsição de relação" (Cc. de Florença, ano 1442: DS 1330). "Por causa desta unidade, o Pai está todo inteiro no Filho, todo inteiro no Espírito Santo; o Filho está todo inteiro no Pai, todo inteiro no Espírito Santo; o Espírito Santo está todo inteiro no Pai, todo inteiro no Filho" (Cc. de Florença 1442: DS 1331).
254 As pessoas divinas são realmente distintas entre si. "Deus é único, mas não solitário" (Fides Damasi: DS 71). "Pai", "Filho”, Espírito Santo" não são simplesmente nomes que designam modalidades do ser divino, pois são realmente distintos entre si: "Aquele que é o Pai não é o Filho, e aquele que é o Filho não é o Pai, nem o Espírito Santo é aquele que é o Pai ou o Filho" (Cc. de Toledo XI, ano 675: DS 530). São distintos entre si pelas suas relações de origem: "É o Pai que gera, o Filho que é gerado, o Espírito Santo que procede" (Cc. Latrão IV, ano 1215: DS 804). A Unidade divina é Trina.
255 As pessoas divinas são relativas umas às outras. Por não dividir a unidade divina, a distinção real das pessoas entre si reside unicamente nas relações que as referem umas às outras; "Nos nomes relativos das pessoas, o Pai é referido ao Filho, o Filho ao Pai, o Espírito Santo aos dois; quando se fala destas três pessoas considerando as relações, crê-se todavia em uma só natureza ou substância" (Cc. de Toledo XI, ano 675: DS 528). Pois "todo é uno (neles) lá onde não se encontra a opsição de relação" (Cc. de Florença, ano 1442: DS 1330). "Por causa desta unidade, o Pai está todo inteiro no Filho, todo inteiro no Espírito Santo; o Filho está todo inteiro no Pai, todo inteiro no Espírito Santo; o Espírito Santo está todo inteiro no Pai, todo inteiro no Filho" (Cc. de Florença 1442: DS 1331).
256 Aos Catecúmenos de
Constantinopla, S. Gregório Nazianzeno, denominado também "o
Teólogo", confia o seguinte resumo da fé trinitária:
Antes de todas as coisas,
conservai-me este bom depósito, pelo qual vivo e combato, com o qual quero
morrer, que me faz suportar todo os males e desprezar todos os prazeres;
refiro-me à profissão de fé no Pai e no Filho e no Espírito Santo. Eu vo-la
confio hoje. É por ela que daqui a pouco vou mergulhar-vos na água e vos tirar
dela.
Eu vo-la dou como companheira e dona de toda a vossa vida. Dou-vos uma só Divindade e Poder, que existe Una nos Três, e que contém os Três de uma maneira distinta. Divindade sem diferença de substância ou de natureza, sem grau superior que eleve ou grau inferior que rebaixe... A infinita conaturalidade é de três infinitos. Cada um considerado em si mesmo é Deus todo inteiro... Deus os Três considerados juntos. Nem comecei a pensar na Unidade, e a Trindade me banha em seu esplendor. Nem comecei a pensar na Trindade, e a unidade toma conta de mim (0r. 40,41: PG 36,417).
IV As obras divinas e as missões trinitárias
Eu vo-la dou como companheira e dona de toda a vossa vida. Dou-vos uma só Divindade e Poder, que existe Una nos Três, e que contém os Três de uma maneira distinta. Divindade sem diferença de substância ou de natureza, sem grau superior que eleve ou grau inferior que rebaixe... A infinita conaturalidade é de três infinitos. Cada um considerado em si mesmo é Deus todo inteiro... Deus os Três considerados juntos. Nem comecei a pensar na Unidade, e a Trindade me banha em seu esplendor. Nem comecei a pensar na Trindade, e a unidade toma conta de mim (0r. 40,41: PG 36,417).
IV As obras divinas e as missões trinitárias
257 "O lux beata Trinitas
et principalis Unitas!" ("Ó luz, Trindade bendita. Ó primordial
Unidade!") (LH, hino de vésperas) Deus é beatitude eterna, vida imortal,
luz sem ocaso. Deus é amor: Pai, Filho e Espírito Santo. Livremente Deus quer
comunicar a glória da sua vida bem-aventurada. Este é o "desígnio” de
benevolência (Ef 1,9) que ele concebeu desde antes da criação do mundo no seu
Filho bem-amado, "predestinando-nos à adoção filial neste" (Ef
1,4-5), isto é, "a reproduzir a imagem de seu Filho" (Rm 8,29) graças
ao "Espírito de adoção filial" (Rm 8,15). Esta decisão prévia é uma "graça
concedida antes de todos os séculos" (2 Tm 1,9-10), proveniente
diretamente do amor trinitário. Ele se desdobra na obra da criação, em toda a
história da salvação após a queda, nas missões do Filho e do Espírito,
prolongadas pela missão da Igreja (cf. AG 2-9).
258 Toda a economia divina é a obra comum das três pessoas divinas. Pois da mesma forma que a Trindade não tem senão uma única e mesma natureza, assim também não tem senão uma única e mesma operação (cf. Cc. de Constantinopla, ano 553: DS 421). "O Pai, o Filho e o Espírito Santo não são três princípios das criaturas, mas um só princípio" (Cc. de Florença, ano 1442: DS 1331). Contudo, cada pessoa divina opera a obra comum segundo a sua propriedade pessoal. Assim a Igreja confessa, na linha do Novo Testamento (cf. 1 Co 8,6): "Um Deus e Pai do qual são todas as coisas, um Senhor Jesus Cristo para quem são todas as coisas, um Espírito Santo em quem são todas as coisas (Cc. de Constantinopla II: DS 421). São, sobretudo as missões divinas da Encarnação do Filho e do dom do Espírito Santo que manifestam as propriedades das pessoas divinas.
258 Toda a economia divina é a obra comum das três pessoas divinas. Pois da mesma forma que a Trindade não tem senão uma única e mesma natureza, assim também não tem senão uma única e mesma operação (cf. Cc. de Constantinopla, ano 553: DS 421). "O Pai, o Filho e o Espírito Santo não são três princípios das criaturas, mas um só princípio" (Cc. de Florença, ano 1442: DS 1331). Contudo, cada pessoa divina opera a obra comum segundo a sua propriedade pessoal. Assim a Igreja confessa, na linha do Novo Testamento (cf. 1 Co 8,6): "Um Deus e Pai do qual são todas as coisas, um Senhor Jesus Cristo para quem são todas as coisas, um Espírito Santo em quem são todas as coisas (Cc. de Constantinopla II: DS 421). São, sobretudo as missões divinas da Encarnação do Filho e do dom do Espírito Santo que manifestam as propriedades das pessoas divinas.
259 Obra ao mesmo tempo comum e
pessoal, toda a Economia divina dá a conhecer tanto a propriedade das pessoas
divinas como a sua única natureza. Outrossim, toda a vida cristã é comunhão com
cada uma das pessoas divinas, sem de modo algum separá-las. Quem rende glória
ao Pai o faz pelo Filho no Espírito Santo; quem segue a Cristo, o faz porque o
Pai o atrai (cf. Jo 6,44) e o Espírito o impulsiona (cf. Rm 8,14).
260 O fim último de toda a Economia divina é a entrada das criaturas na unidade perfeita da Santíssima Trindade (cf. Jo 17,21-23). Mas desde já somos chamados a ser habitados pela Santíssima Trindade: "Se alguém me ama –diz o Senhor- guardará a minha Palavra, e meu Pai o amará e viremos a ele, e faremos nele a nossa morada" (Jo 14,23).
Ó meu Deus, Trindade que adoro, ajudai-me a esquecer-me inteiramente para firmar-me em Vós, imóvel e pacífico, como se a minha alma já estivesse na eternidade: que nada consiga perturbar a minha paz nem fazer-me sair de Vós, ó meu Imutável, mas que cada minuto me leve mais longe na profundidade do vosso Mistério. Pacificai a minha alma. Fazei dela o vosso céu, vossa amada morada e o lugar do vosso repouso. Que nela eu nunca vos deixe só, mas que eu esteja aí, toda inteira, completamente vigilante na minha fé, toda adorante, toda entregue à vossa ação criadora (Oração da Beata Isabel da Trindade).
Resumo
261 O mistério da Santíssima Trindade é o mistério central da fé e da vida cristã. Só Deus no-lo pode dar a conhecer, revelando-se como Pai, Filho e Espírito Santo.
262 A Encarnação do Filho de Deus revela que Deus é o Pai eterno, e que o Filho é consubstancial ao Pai, isto é, que ele é o no Pai e com o Pai o mesmo Deus único.
263 A missão do Espírito Santo, enviado pelo Pai em nome do Filho (cf. Jo 14,26) e pelo Filho "de junto do Pai" (Jo 15,26), revela que o Espírito é com ele o mesmo Deus único. "Com o Pai e o Filho é adorado e glorificado".
260 O fim último de toda a Economia divina é a entrada das criaturas na unidade perfeita da Santíssima Trindade (cf. Jo 17,21-23). Mas desde já somos chamados a ser habitados pela Santíssima Trindade: "Se alguém me ama –diz o Senhor- guardará a minha Palavra, e meu Pai o amará e viremos a ele, e faremos nele a nossa morada" (Jo 14,23).
Ó meu Deus, Trindade que adoro, ajudai-me a esquecer-me inteiramente para firmar-me em Vós, imóvel e pacífico, como se a minha alma já estivesse na eternidade: que nada consiga perturbar a minha paz nem fazer-me sair de Vós, ó meu Imutável, mas que cada minuto me leve mais longe na profundidade do vosso Mistério. Pacificai a minha alma. Fazei dela o vosso céu, vossa amada morada e o lugar do vosso repouso. Que nela eu nunca vos deixe só, mas que eu esteja aí, toda inteira, completamente vigilante na minha fé, toda adorante, toda entregue à vossa ação criadora (Oração da Beata Isabel da Trindade).
Resumo
261 O mistério da Santíssima Trindade é o mistério central da fé e da vida cristã. Só Deus no-lo pode dar a conhecer, revelando-se como Pai, Filho e Espírito Santo.
262 A Encarnação do Filho de Deus revela que Deus é o Pai eterno, e que o Filho é consubstancial ao Pai, isto é, que ele é o no Pai e com o Pai o mesmo Deus único.
263 A missão do Espírito Santo, enviado pelo Pai em nome do Filho (cf. Jo 14,26) e pelo Filho "de junto do Pai" (Jo 15,26), revela que o Espírito é com ele o mesmo Deus único. "Com o Pai e o Filho é adorado e glorificado".
264 "O Espírito Santo
procede do Pai enquanto fonte primeira e, pela doação e pela doação eterna
deste último ao filho, do Pai e do Filho em comunhão" (S. Agostinho, Trin.
15,26,47).
265 Pela graça do Batismo
"em nome do Pai e do Filho e do Espírito Santo" somos chamados a
compartilhar da vida da Santíssima Trindade, aqui na terra na obscuridade da
fé, e para além da morte, na luz eterna (cf. Pablo VI, SPF 9).
266 "A fé católica é esta: que veneremos o único Deus na Trindade e a Trindade na unidade, não confundindo as pessoas, nem separando a substância; pois uma é a pessoa do Pai, outra a do Filho, outra a do Espírito Santo; mas uma só é a divindade do Pai e do Filho e do Espírito Santo, igual a glória, co-eterna la majestade" (Symbolum "Quicumque").
267 Inseparáveis naquilo que são, as pessoas divinas são também inseparáveis naquilo que fazem. Mas na única operação divina cada uma delas manifesta o que lhe é próprio na Trindade, sobretudo nas missões divinas da Encarnação do Filho e do dom do Espírito Santo.
266 "A fé católica é esta: que veneremos o único Deus na Trindade e a Trindade na unidade, não confundindo as pessoas, nem separando a substância; pois uma é a pessoa do Pai, outra a do Filho, outra a do Espírito Santo; mas uma só é a divindade do Pai e do Filho e do Espírito Santo, igual a glória, co-eterna la majestade" (Symbolum "Quicumque").
267 Inseparáveis naquilo que são, as pessoas divinas são também inseparáveis naquilo que fazem. Mas na única operação divina cada uma delas manifesta o que lhe é próprio na Trindade, sobretudo nas missões divinas da Encarnação do Filho e do dom do Espírito Santo.
Mergulhando na Doutrina da Santíssima
Trindade
A fé católica é trinitária:
O mistério da Santíssima Trindade é o mistério
central da fé e da vida cristã. Cremos e confessamos um único Deus, que é Pai,
é Filho e é Espírito Santo. Todos nós cristãos somos batizados "em nome do
Pai, do Filho e do Espírito Santo" (Mt 28,19). "Batizar em nome
de" significa "consagrar a alguém" ou mesmo "colocar a
serviço de". Portanto, pelo Batismo, todos os homens são colocados a
serviço ou são consagrados ao Pai, ao Filho e ao Espírito Santo.
Doutrina da Santíssima Trindade:
É o próprio mistério de Deus. Deus é três. São
Três Pessoas iguais e distintas, mas subsistentes em uma só natureza.
Um só Deus: existe uma só essência ou uma
só natureza ou substância divina, um só princípio: uma só divindade;
Três Pessoas: que significa dizer um único
Deus que se dá a conhecer como Pai, como Filho e como Espírito Santo. Não são
três deuses, mas um só Deus ou uma só natureza divina, que se afirma três
vezes.
Entendendo a Verdade de Fé
Igualdade:
A Trindade é Una. A igualdade das três Pessoas da
Santíssima Trindade é uma verdade fundamental para a nossa fé. As três Pessoas
divinas são iguais em tudo, idênticas em tudo. Todas três Pessoas divinas
possuem a mesma santidade, a mesma glória, a mesma fortaleza, a mesma bondade,
a mesma eternidade, onipotência, onisciência. Enfim, todas as grandezas e
perfeições divinas são iguais nas três Pessoas divinas. Elas não dividem, nem
retalham a única natureza divina. Pai, Filho e Espírito Santo são iguais em
tudo: " A Trindade é Una. Não professamos três deuses, mas um só Deus em
três Pessoas: A Trindade é consubstancial. As Pessoas divinas não dividem entre
si a única divindade, mas cada uma delas é Deus por inteiro: o Pai é aquilo que
é o Filho, o Filho é aquilo que é o Pai, o Espírito Santo é aquilo que são o
Pai e o Filho, isto é, a substância, a essência ou a natureza divina" (Cat
253).
Assim nos diz um testemunho da Igreja dos
primeiros séculos: "É esta a fé católica: veneramos um só Deus na
Trindade, e a Trindade na unidade. Sem confundir as Pessoas e sem dividir a
substância. Porque uma é a Pessoa do Pai, outra é a Pessoa do Filho, e outra, a
do Espírito Santo. Mas o Pai, o Filho e o Espírito Santo tem a mesma divindade,
igual glória, uma co-eterna majestade" (Int. Divina - Gabriel de Santa
Maria Madalena, O. C. D. - Ed. Loyola, n°. 224,2).
Diferença: As Pessoas são distintas. As
pessoas divinas são iguais em tudo, mas são distintas entre si: "Deus é
único, mas não solitário. Pai, Filho Espírito Santo não são simplesmente nomes
que designam modalidades do ser divino, pois são realmente distintos entre si.
Aquele que é o Pai não é o Filho, e aquele que é o Filho não é o Pai, nem o
Espírito Santo é aquele que é o Pai ou o Filho" (Cat. 254). O que torna as
três Pessoas distintas sem dividir a unidade divina é unicamente o seu
relacionamento entre si, ou seja, "a distinção real das três Pessoas entre
si reside unicamente nas relações que as referem uma às outras" (Cat.
255): a primeira pessoa é o "Pai" em relação à segunda, o “Filho” único.
Deus Pai - É a origem dos outros dois, não
no sentido de procedência, de ser a fonte dos outros dois. Ele é a natureza
original, por isto os outros dois se chamam Deus Filho e Deus Espírito Santo.
Deus Filho - A segunda Pessoa só é
"Filho" em relação à primeira que é seu Pai. É a segunda Pessoa
divina, que procede (não no sentido de tempo nem de criação, porque as pessoas
divinas são incriadas) do Pai, vive um relacionamento perfeito de amor com o
Pai, e expressa em si o pensamento do Pai, sendo por isto mesmo também chamado
Palavra, Verbo, ou Sabedoria divina. Jesus também é chamado na Bíblia de
PRINCÍPIO (Gn 1,1), porque foi nele e por Ele que o Pai criou todas as coisas
visíveis e invisíveis (Col 1,15-17). Jesus procede do Pai também porque é o enviado
do Pai, como Ele mesmo diz em Jo 17,18. É o Filho quem revela o Pai (Mt 11,
27). Jesus ao revelar que Deus é "Pai", quis dizer que Deus é origem
primeira de tudo e ao mesmo tempo é bondade e amor para todos os seus filhos.
Deus Espírito Santo - Aquele que é gerado
do Pai antes de todos os séculos (o Filho), anuncia o envio de um "outro
Paráclito", a terceira Pessoa que procede do Pai e do Filho, o Espírito
Santo, que é assim revelado como uma outra pessoa divina em relação a Jesus e
ao Pai. Este também tem origem eterna e revela-se na sua missão temporal: é
enviado aos Apóstolos e à Igreja, pelo Pai e pelo Filho (Jo 14, 26; 16,14). O
Espírito procede do Pai pelo Filho (Jo 15,26), pois o Filho tem comunhão
consubstancial com o Pai do qual procede o Espírito.
O Concílio de Florença, 1438, assim nos ensina:
"O Espírito Santo tem sua essência e seu ser subsistente ao mesmo tempo do
Pai e do Filho e procede eternamente de Ambos como de um só Princípio e por uma
única expiração" (Cat 246). Assim é este a terceira Pessoa divina, que
procede do Pai (que é a fonte dele e do Filho) e também do Filho (porque é o
Filho que o envia à nós - ver Jo 16,7). Sendo Onipresente, se reúne aos dois e
vive com Eles, numa comunidade de vida e de amor, e representa com perfeição o amor
divino que os une.
A relação íntima entre as três pessoas divinas é
irreversível, mas não permutável. Cada Pessoa "tem o seu lugar" no
mistério Trinitário. O Pai será sempre Pai, apesar de comunicar
substancialmente tudo aquilo que Ele é. O Filho será sempre Filho, mesmo que
tenha recebido do Pai a mesma natureza divina, e o Espírito Santo será sempre
Espírito Santo, mesmo procedendo do Pai e do Filho.
Unidade:
A Unidade divina é Trina.
Vemos em Jo 17,21-23 que: Tudo procede do Pai e
tudo volta para o Pai. Do Pai procede o Filho e o Espírito Santo. O Espírito
Santo tem a missão de congregar tudo e todos em torno de Cristo para que Cristo
entregue definitivamente tudo e todos ao Pai. Desta forma acontece a união, a
comunhão total entre as três Pessoas divinas. "Por causa desta unidade, o
Pai está todo inteiro no Filho, todo inteiro no Espírito Santo; o Espírito
Santo, todo inteiro no Pai, todo inteiro no Filho" (Cat 255). Por esta
unidade trinitária ao rendermos glória ao Pai, o fazemos pelo Filho no Espírito
Santo: É o culto das pessoas, infinitamente distintas na Trindade.
Vemos em Jo 10,38: "O Pai está em mim e eu
no Pai". Estas palavras de Jesus revelam sua íntima união com o Pai. O
Verbo de Deus está, por natureza, unido ao Pai de modo substancial, assim como
Deus-homem vive intimamente unido ao Pai: toda as suas potências, forças,
afeto, inteligência tendem sempre para o Pai; toda a Sua vontade está voltada
intimamente para a vontade do Pai. Mesmo exercendo o seu ministério,
percorrendo os caminhos da Palestina, pregando, instruindo, discutindo com os
fariseus, curando os doentes, ocupando-se de todos, Jesus continua, no seu
íntimo, a viver esta maravilhosa vida de união com as divinas Pessoas.
Vemos em Jo 16, 13-15, palavras de Jesus
denunciam a unidade do Espírito Santo com o Pai e com Ele, o Espírito Santo não
falará palavras suas, mas palavras que ouviu do Pai e conseqüentemente do
Filho.
Mistério e dinâmica da Trindade
As três Pessoas divinas gozam no íntimo de sua
essência de uma perfeita amizade: luz, amor, felicidade, num grau infinito.
Portanto, Deus nunca está sozinho, nem em si mesmo e nem em nossas almas. Este
mistério como já dissemos, não pode ser entendido e explicado pela lógica,
porém pode ser abraçado e vivenciado pela oração e pela vida, na fé.
"A vida trinitária é uma mútua e incansável
doação em perfeita comunhão: O Pai que se dá totalmente ao Filho, o Filho que
se dá totalmente ao Pai e dessa mútua doação procede o Espírito Santo dom
substancial que, por sua vez, reflui no Pai e no Filho (Intimidade Divina -
Gabriel de Santa Maria Madalena, O. C. D. - Ed. Loyola - n°. 225,1).
Tome Col 1,15-17. O Pai serve o Filho ao criar
todas as coisas para Ele e esvazia-se de si ao doar-se inteiramente ao Filho.
Assim é que ensina o catecismo da Igreja Católica: "Tudo o que é do Pai, o
Pai mesmo o deu ao Seu Filho Único ao gerá-lo, excetuando o seu ser de
Pai" (Cat 246).
Tome Jo 4,34. O Filho, que por ser Filho faz do Pai, ama-o ao esvaziar-se de Si de tal forma que só se alimenta da vontade do Pai e do desejo de cumprir a Sua Vontade Salvífica para nós. Assim Jesus serve o Pai.
Tome Jo 4,34. O Filho, que por ser Filho faz do Pai, ama-o ao esvaziar-se de Si de tal forma que só se alimenta da vontade do Pai e do desejo de cumprir a Sua Vontade Salvífica para nós. Assim Jesus serve o Pai.
Retome Jo 16,13-15. Da mesma forma toda a alegria
do Espírito Santo está em servir, amar, e abrir-se ao Pai e a Jesus sem
reservas. O Pai que tudo criou no poder e no amor do Espírito Santo, também vê
seu Filho fazer tudo no mesmo Espírito.
A ação trinitária de Deus:
Cada Pessoa divina opera a obra comum segundo a Sua propriedade pessoal. É através das missões divinas que as três Pessoas manifestam o que Lhes é próprio na Trindade: Deus Pai, do qual são todas as coisas; Deus Filho, que se fez carne (Jo 1,14), assumindo a natureza humana para realizar nela a nossa salvação e Deus Espírito Santo, que une todos os homens a Cristo e fá-los viver nele (Cf. Cat. 258). Mas as três Pessoas divinas são inseparáveis naquilo que são e naquilo que fazem (Cf. Cat 267):A ação de Deus é uma obra comum das três Pessoas divinas.
Na ação própria de cada Pessoa da Santíssima
Trindade, as outras Pessoas também estão presentes e ativas. Cada Pessoa da
Trindade, só é ela mesma porque vive numa total entrega para as outras duas
pessoas. Como o Pai seria Pai se não tivesse Jesus, o Filho, o revelador de
forma perfeita e irrestrita? Como Jesus seria o Filho se o Espírito Santo não O
tivesse gerado no seio da Virgem Maria, revelando-o como homem no mistério da
Encarnação do Verbo, e a partir daí tê-lo acompanhado e ungido, fazendo dele o
Cristo, o Ungido do Pai? Como o Espírito Santo seria o amor de Deus
"derramado em nossos corações" (Rm 5,5) ou "o penhor", a
garantia da nossa salvação, se Jesus não tivesse obedecido ao Pai até o fim,
morrendo e ressuscitando por nós? Percebemos, então, que nunca somente uma das
pessoas da Trindade age. Em tudo o que Deus é e faz Ele é Uno e Trino, seja na
Criação, na Encarnação, na vida pública de Jesus, na Crucificação, na
Ressurreição ou em Pentecostes. Um não vive ou age sem o outro, mas só vive e
age para o outro, na verdade e na transparência, na luz e no amor. Somente
quando buscamos a Deus com esta mesma disposição de alma: amor, verdade,
serviço, abertura e transparência poderemos encontrá-lo e conseqüentemente
sabermos quem de fato nós somos.
101. Santíssima Trindade
Objetivo: Mostrar a Santíssima Trindade, sob a
ótica da água.
Tempo Estimado: 30 minutos.
Material: Tiras de papel, cola, durex, canetas
ou lápis
Descrição:
Introdução
Pela Graça de Deus, em Seu
Santo Nome e de acordo com a Sua Vontade, tratarei de elucidar o conceito do
segredo da Santíssima Trindade.
Não existem palavras nem
expressões capazes de ilustrar alguma coisa que transcendam o universo criado.
Portanto, utilizarei comparações e sinônimos do nosso mundo físico. Peço-lhe
que seja benévolo com as minhas limitações de comunicação.
O CONCEITO DE SEGREDO
O conceito foi um mistério
através dos séculos e é então enunciado com uma pergunta: Como é possível que
haja um só Deus, mas ao mesmo tempo que sejam Três Pessoas Divinas e
diferentes?
Vejamos: Um só Deus "está
composto" de uma Substância Divina e única. Este Deus único manifesta-se
em três Pessoas Divinas. Quer dizer: Uma substância em Três Pessoas: Três
Manifestações.
DETALHES
Uma Substância Única
Utilizemos a comparação
química: A molécula do composto chamado "Água" está formada por
três átomos: dois átomos de hidrogênio e um átomo de oxigênio. A fórmula
química é: H2O. Quando dois átomos de hidrogênio se combinam quimicamente com
um átomo de oxigênio para criar uma molécula, a substância que daí resulta, é
sempre a mesma e única: Água [H2O]. Esta substância única tem um conjunto de
propriedades físicas e químicas que não se encontram noutro composto.
Três Manifestações
A água [H2O] pode estar no
estado gasoso, estado líquido ou estado sólido. Quer dizer, manifesta-se nos
três estados de acordo com a pressão e a temperatura do meio ambiente em
que se encontre. Isto tudo acontece sem deixar de ser a mesma e única
substância: Água [H2O].
A Comparação
O estado normal da água
é aquele que se manifesta quando se encontra em condições normais (temperatura
ambiental e pressão atmosférica a nível do mar), então, a "Manifestação
Normal" da água [H2O] é o "Estado Líquido"'.
Consideremos então esta
comparação: Deus Pai = "Manifestação Normal" = "Estado
Líquido"; portanto "Manifestação Concreta" = "Estado
Sólido" de Deus Pai, é Jesus Cristo; por isso, "Manifestação
Espiritual" = "Estado Gasoso" de Deus Pai, é o Espírito Santo. Uma
Substância, Três Manifestações Diferentes.
Sob determinadas condições de
temperatura e pressão, a água [H2O] manifesta-se simultaneamente (em
perfeito equilíbrio termodinâmico) em três estados: gasoso, líquido e sólido.
Tanto a água no "Estado
Sólido", como no "Estado Gasoso" provêm da água no "Estado
Líquido". Portanto a esse estado regressam uma vez que: O "Estado
Líquido" é o "Maior de Todos", mesmo sendo os três Estados
manifestações da Mesma Substância: H2O.
Comentários
O Divino
sempre se reflete no mundo físico. Portanto o conceito Trino manifesta-se nos
três estados físicos: Sólido, Líquido e Gasoso.
O homem tem a
semente das duas pessoas do Deus Trino. O homem foi criado à imagem de Deus mas
só será completamente realizado quando regressar ao Pai.
A semente do
Espírito Santo é desvendada no Batismo. Esta semente, se for cuidadosamente
cultivada, frutificará nesse ser humano sob a forma de um espírito muito
santo à imagem do Espírito Santo.
Quanto mais
profundamente o homem viva a Palavra de Deus mais se assemelhará à
"Palavra (O Verbo) Encarnada", a imagem do Filho.
Mas para
chegar a manifestar-se completamente no homem a "Imagem do Deus
Trino". o terceiro componente só pode conseguir ao regressar ao seio do
Pai.
O homem foi
feito à "Imagem de Deus". Uma Imagem de um espelho ou projetada nunca
pode ser tão perfeita como a "Original". No entanto, quanto
mais perfeito for o espelho ou a projeção, mais fiel será a
"Imagem" ao "Original".
Ele ".se
é perfeito como o Pai é perfeito..." chama-nos a aperfeiçoar os nossos
'espelhos' o mais possível, para que a 'Imagem' refletida por nós seja a mais
perfeita possível. Mantendo em mente que, uma 'Imagem' sempre será uma
'Imagem', não importa o grau de perfeição, porque..."Quem é como
Deus?"
Quando Nosso Senhor Jesus
Cristo disse que vendo-o a Ele, era como ver o Pai, o que Ele lhes dizia era
que: Ele não é uma 'Imagem', Ele é a mesma substância, portanto, não é
diferente do Pai porque... Ele próprio é Deus!
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